Puerpério: Tudo que você precisa saber

Puerpério: Tudo que você precisa saber

Quantas dúvidas rondam o temido puerpério? Quantos mitos você já não ouviu sobre esse período do pós-parto? Para esclarecer e te ajudar a passar por esse momento de forma mais tranquila, a MOOUI preparou esse guia completo com informações essenciais para você.

Puerpério: o que é, e como passar por esse período

O puerpério é o período que começa logo após o parto e vai até quando o organismo da mulher volte às condições normais, ou melhor, as condições que ele tinha antes da gestação.

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O que é o puerpério

Podemos considerar o puerpério um ciclo no qual as mudanças causadas pela gravidez no corpo da mulher devem ser restituídas ao seu estado anterior, quando ela não estava grávida. Porém, essas transformações não são apenas nas funções fisiológicas e hormonais, mas também afetam o seu emocional.

Puerpério: significado

O puerpério também é conhecido como a quarentena ou resguardo e é contado por 45 dias após o nascimento do bebê. Além da queda da produção hormonal, o corpo da puérpera passa por diversas transformações, sendo a principal delas o retorno dos órgãos internos ao mesmo estágio antes da gravidez.

Saiba quando acontece o puerpério

O início do puerpério é marcado pela saída da placenta e termina com a primeira ovulação da mulher, que será seguida de menstruação.

Quais são os sintomas do puerpério?

O puerpério tem sintomas bem clássicos que refletem as mudanças físicas que o corpo está passando. As mamas, por exemplo, ficam mais durinhas por estarem cheias de leite. O abdômen ainda permanece inchado devido ao útero ainda não estar no seu tamanho normal. Também há mulheres que podem sofrer com a diástase abdominal ou afastamento dos músculos da parede abdominal, o que deve ser corrigido com alguns exercícios. 

Outro sintoma é o sangramento vaginal das secreções do útero, que vão sendo expelidas pouco a pouco. Apesar de ser parecido com a menstruação, esse sangramento é chamado de lóquios. Costuma ser mais intenso nos primeiros dias e ir diminuindo gradativamente a cada dia até desaparecer completamente. 

Ainda, ao amamentar, a mulher pode sentir cólicas ou desconfortos abdominais por causa das contrações estimuladas que estão fazendo o útero voltar ao seu tamanho normal. O desconforto na região íntima também é característico desse período, assim como uma possível incontinência urinária.

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Quanto tempo dura o período de puerpério?

O período de puerpério pode variar para cada mulher, especialmente por conta da amamentação, uma vez que esta bloqueia a ovulação e causa um puerpério mais duradouro. 
Em geral, considera-se puerpério o período de 45 a 60 dias pós-parto, pois é a média de tempo em que todos os órgãos já retornaram às condições prévias, independentemente da amamentação, com exceção das mamas.

Tipos de puerpério

E existem tipos de puerpério, você sabia?

Puerpério imediato

O puerpério imediato é aquele que contempla do 1º ao 10º dia do pós-parto. Nestes dias, o lóquio ou sangramento tem fluxo bem similar a menstruação.

Puerpério tardio

Já do 11º ao 42º dia do pós-parto temos o puerpério tardio. Neste período, o fluxo do lóquio diminui de forma significativa e a secreção vai ficando mais rosada até que desaparece por completo.

É importante se atentar a alguns sintomas durante o lóquio que podem indicar um processo infeccioso: hemorragia, odor forte, febre e dores abdominais permanentes. Caso notar esses sintomas, informe seu ginecologista obstetra.

Puerpério fisiológico

O puerpério fisiológico compreende todas as mudanças físicas que o corpo faz para voltar ao estágio pré-gestação. As mamas durinhas, abdômen inchado, sangramento vaginal (lóquio) e desconforto na área íntima são as principais queixas desse período, que vão desaparecendo com o passar dos dias e a adaptação do corpo.

Puerpério patológico

Existe também o puerpério patológico, que acontece quando existem complicações ou anomalias na recuperação pós-parto da mulher. Esses problemas podem ser síndromes hemorrágicas puerperais, infecções, doença tromboembólica, depressão pós-parto, síndrome da tristeza, entre outras. Por isso é tão importante que a puérpera compareça às consultas de acompanhamento pós-parto com seu médico ginecologista obstetra.

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Puerpério Febrasgo

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) disponibiliza orientações e protocolos sobre a gestação e o pós-parto.

Puerpério emocional

As preocupações com o bebê, as noites mal dormidas, a pressão da maternidade… Tudo isso causa o puerpério emocional. As principais características são a insônia, cansaço ou exaustão, diminuição da libido, oscilação de humor e falta de autoconfiança para enfrentar o momento.

É importantíssimo ressaltar que receber a assistência necessária para passar pelo puerpério é essencial para a mulher não desenvolver uma depressão pós-parto e outros problemas psicológicos. 

Conheça as fases do puerpério

As fases do puerpério se resumem em:

  • Puerpério imediato, que vai do 1º ao 10º dia; 
  • Puerpério tardio, que vai do 11º ao 42º dia;
  • Puerpério Remoto, a partir do 43º dia.
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Qual o perigo de quebrar o resguardo?

A orientação dos ginecologistas é evitar relações sexuais por cerca de 40 dias, independente do tipo de parto. Esse resguardo é importante para que o corpo e os órgãos genitais femininos se recuperem da gestação e do parto.

A quebra de resguardo pode aumentar o risco de infecção vaginal e uterina na mulher e também tem riscos para o homem, que pode sofrer infecção prostática. 

Outro ponto importante é que mulheres que tiveram parto normal podem sofrer com dor e serem machucadas na penetração. As mulheres que passaram por cesárea também podem sentir dores durante a relação no local da incisão no abdômen, que está sensível e em cicatrização. 

Por isso é importante aguardar o prazo de 40 dias e nos retornos ao ginecologista obstetra, consultá-lo sobre a recuperação do seu corpo e o momento em que as relações podem ser retomadas.

Por que o puerpério é tão difícil?

Os acontecimentos do puerpério são muito intensos para a mulher, que tem sua rotina drasticamente alterada, seu corpo transformado, um bebê que depende dela… A recuperação física e emocional é desgastante e são essas transformações que as mulheres relatam ser tão difíceis no puerpério.

Mudanças físicas e emocionais que acontecem após o parto

Após o parto, a mulher vivencia mudanças muito intensas. Em relação a parte física, tudo começa com o esforço do organismo nas primeiras 24 horas após o parto, quando o foco é na retração (definitiva) e na contração (temporária) da fibra muscular uterina. No final da gestação, o útero mede cerca de 32 centímetros e após o nascimento do bebê, a medida é de apenas 7 centímetros. Até o peso do útero se altera drasticamente: de 1,5 quilos para 60 gramas. Há também o sangramento vaginal chamado de lóquio, que já mencionamos como um dos principais sintomas do puerpério. 

A pigmentação cutânea também desaparece e as estrias mudam de uma cor avermelhada para um tom mais perolado. A parede abdominal fica flácida temporariamente enquanto os órgãos digestivos voltam a sua posição pré-gestação. Nos primeiros dias após o parto, a mulher pode sofrer com constipação, por isso é recomendado que ela tenha uma dieta leve com alimentos que ajudem na evacuação. 

E quantos dias tudo isso demora? Bom, entre 10 e 12 dias após o parto o útero consegue voltar à posição intrapélvica. E durante os 25 dias posteriores ao parto, o endométrio vai cicatrizando naturalmente até recuperar sua espessura com o passar das semanas.

Entre os 30 e 45 dias a ovulação pode reaparecer e no caso de não haver fecundação, a menstruação reaparece. No entanto, mulheres que amamentam o bebê por um longo período podem ter um puerpério mais longo e, por isso, a volta da menstruação sofre um atraso. 

Como o marido vê o puerpério?

O puerpério é um momento que afeta também o marido e o relacionamento como um todo. Por isso, é fundamental que o casal esteja alinhado e preparado para as mudanças físicas e emocionais da mulher. É essencial que ele desempenhe seu papel de parceiro com paciência, ajudando a cuidar da esposa, assim como sendo um pai presente e dedicado para que o casal passe os primeiros dias com o bebê de forma mais tranquila.

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Atenção a outras condições que podem aparecer nesse período

Além dos sintomas físicos, é importante observar condições psicológicas que podem se manifestar no puerpério.

Baby blues

O baby blues afeta aproximadamente 50% ou mais das mulheres e é caracterizada por sintomas depressivos leves, como tristeza, choro, irritabilidade, ansiedade, insônia, exaustão, diminuição da concentração e humor instável. Esses sintomas geralmente aparecem dentro de dois a três dias após o parto, atingem o pico nos dias seguintes e desaparecem dentro de duas semanas.

Essa condição é comum e o baby blues é considerado como um nível subclínico de depressão. Existem fatores de risco associados ao quadro, como, por exemplo, histórico de mudanças de humor pré-menstruais, sintomas depressivos anteriores à gravidez ou no pré-parto, parto cesárea, não-amamentação, comprometimento psicossocial e histórico familiar de depressão. 
Sua origem envolve aspectos socioculturais e alterações hormonais como a queda nos níveis de estrogênio, que afeta indiretamente o metabolismo de neurotransmissores. Normalmente esse quadro não exige tratamento clínico, mas é importante observar se os sintomas desaparecem para garantir que o baby blues não evolua para a depressão pós-parto. É essencial que a família e rede de apoio estejam presentes oferecendo conforto, segurança e amparo para ajudar a mulher a enfrentar esse momento.

Depressão pós parto

A depressão pós-parto se inicia antes ou durante a gravidez em aproximadamente 50% das pacientes, pode se desenvolver como uma consequência do baby blues ou ainda aparecer meses depois do parto.

Ela se manifesta em forma de ansiedade sobre a saúde do bebê, preocupação com a capacidade de cuidar dele, desânimo, desinteresse, insônia, culpa, transtornos por uso de substâncias e ideação suicida. O principal fator de risco é o histórico prévio de depressão. 

Nesse sentido, a depressão pós-parto pode ser evitada se a mulher tiver o apoio de sua família, rede de apoio e profissionais de saúde acompanhando de perto possíveis alterações comportamentais e intervir quando necessário com tratamentos farmacológicos e acompanhamento psicológico.

Recomendamos que você leia mais sobre o assunto no post depressão pós-parto do blog da MOOUI.

Psicose puerperal

O transtorno mental mais grave que pode acontecer no puerpério é a psicose puerperal. Ela 

costuma começar rápido e ter sintomas visíveis nos primeiros dias ou até duas semanas após o parto. 

Há sintomas que são parecidos com a depressão pós-parto, como a irritação, agitação e insônia. Porém, a psicose puerperal é mais grave porque provoca um afastamento ou ruptura da realidade e a mulher pode ter delírios, alucinações, ideias persecutórias e confusão mental. Alguns casos podem ser tratados com medicação e psicoterapia, enquanto outros mais graves envolvem internação.

Quais cuidados necessários no puerpério

Que o puerpério é desafiador e intenso você já entendeu. É por isso que consideramos tão essencial que as puérperas tenham sua rede de apoio formada por familiares, amigos e profissionais que dêem suporte e acolhimento para as necessidades da mulher durante o puerpério.

E como oferecer esse apoio? Existem várias formas de ajudar a mulher no puerpério, desde oferecer cuidados com a casa, preparar uma refeição, cuidar do bebê para que a mulher tenha um tempo para si, até mesmo oferecer uma escuta sensível e empática quando a mulher deseja conversar e desabafar sobre todas as mudanças.

A importância da rede de apoio para as mães no puerpério

A mãe também precisa descansar para cuidar do seu bebê da melhor forma. Mas que horas fazer isso se o bebê mama aproximadamente de 3 em 3 horas, arrota, precisa trocar fraldas, tomar banho, pegar no sono? 

Por isso, toda vez que alguém ajuda na troca de fralda, no banho ou dedica um tempo cuidando do bebê, está ajudando a mãe a ter seu tempo, se cuidar e descansar para cuidar do seu bebê com mais disposição e bem-estar.

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Como passar por esse período da melhor forma

Algumas dicas podem ajudar a mulher a passar pelo puerpério de forma mais tranquila.

Puerpério: alimentação

A dieta da puérpera, por exemplo, deve ser balanceada e seguir cuidados como evitar alimentos processados e gordurosos, consumir alimentos ricos em fibras, incluir frutas e legumes, evitar doces e dar preferência a carnes magras. Além disso, é recomendado beber dois ou mais litros de água por dia e não consumir bebidas alcóolicas. 

O médico deve sempre informar a puérpera assim que ela tiver alta após o parto para seguir essas recomendações. Não é necessário seguir uma dieta rigorosa, mas uma alimentação rica em nutrientes vai ajudar a mulher a enfrentar o puerpério da melhor forma.

Como cuidar da mulher no puerpério?

Se você faz parte da rede de apoio da mulher no puerpério, em primeiro lugar deve respeitar os sentimentos da mãe neste período. Escute-a, reforce que ela está fazendo seu melhor para que ela não ative o modo de auto cobrança exagerada. Ajude-a a entender que a resiliência e paciência para as coisas que fogem do controle são importantes. 

E, claro, se possível ofereça assistência nos cuidados com a casa e com o bebê para tornar a nova rotina mais tranquila para a puérpera que já está vivenciando tantas coisas em seu corpo e mente.

Gostou do nosso post sobre puerpério?

Esperamos que esse conhecimento te ajude a passar pelo puerpério da forma mais tranquila e curtindo os primeiros dias do seu bebê.

Se você gostou desse conteúdo, aproveite para ler também outros posts do blog que tem tudo a ver: Como Fazer O Bebê Dormir A Noite? Dicas Incríveis! e Cólica Em Bebê: O Que É, Diferença De Gases E Como Aliviar?.

Até a próxima! 🙂

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